História
NOTA
Era conhecida como Rua Quinze até 14.05.1935 quando recebeu o nome de rua General Urquiza através Decreto nº 5553. Em 18.03.1938 foi reconhecido seu prolongamento através Decreto nº 6167.
D. Justo José de Urquiza, nasceu em Concepción del Uruguai (Entre Rios), Argentina, em 1811 e faleceu assinado por um grupo de militares encarregado de prendê-lo, na sua Fazenda São José, Entre Rios, em 1870. Militar, liderou vários movimentos do Exercito como, guerra contra o ditador Rosas e vitória do Monte Caseros (1852). Exerceu a presidência da República da Argentina (1853-60), promovendo a nacionalização da Universidade de Córdoba, a criação do Ministério de Instrução Pública e a imigração européia no país.
A VACA FOI PRO BREJO, jornalista Carlos Heitor Cony
Procurava dormir a maior parte do tempo, lia muito, saía vez por outra com uma companhia circunstancial. Mas reservava o fim dos domingos para uma rotina que se tornou uma cerimônia especial: ir sozinho a um parque de diversões que havia lá no Leblon, junto à PRAÇA ANTERO DE QUENTAL. Era um terreno baldio cuja posse se encontrava em demanda judicial, os donos brigavam na Justiça, uns queriam construir ali um prédio de apartamentos, outros queriam fazer um grande cinema. Enquanto a solução demorava, instalou-se no local um parque de diversões, estropiado, a roda-gigante de tamanho médio, o trem-fantasma aos escombros, os carrinhos para crianças, o carrossel que algum dia fora bonito, a barraca de tiro ao alvo, outras de prendas e jogos. Um parque vagabundo, frequentado por fuzileiros navais, domésticas do Leblon, desocupados como eu. Quando o domingo ameaçava acabar e o parque de diversões começava a ficar vazio, eu ia para lá. Fiquei conhecido dos empregados, pagava uma quantia genérica e gastava o meu tempo andando nos brinquedos, treinava tiro ao alvo, comia maçã do amor, passava horas na roda-gigante vazia, até que apagavam as luzes e me mandavam embora. Era um exercício de solidão que me fazia bem, dava a impressão de que eu podia ser inútil para todo mundo, mas pelo menos era útil para mim mesmo, fazia o que tinha vontade. Antes, nunca me senti tão livre. Foi num desses finais de domingo. O parque já estava praticamente vazio e achei que chegara a minha hora. Fui direto à barraca do tiro ao alvo. As xícaras, penduradas num barbante e que eram o alvo principal, já estavam quebradas por atiradores que haviam me antecedido. O homem da barraca me conhecia o suficiente para não se sentir obrigado a providenciar novas xícaras. Atirei nas quebradas mesmo, acertei algumas errei a maioria. Fui depois à barraquinha de prendas, um trenziinho de corda resfolegava em trilhos desalinhados, havia estações sem ordem lógica ou geográfica, Méier, Taubaté, Sabará, Piedade, Cascadura, Pindamonhangaba, por aí. Comprei um bilhete, era o único candidato a ganhar um garrafa de vinho do porto. O homem perguntou que estação eu queria, disse que qualquer uma servia, ele me botou na mão um bilhete amarelo: Piedade. Deu corda no trenzinho, a maquininha começou a rodar, desengonçada, foi parando, parando, parando como um bichinho exausto, até que parou: Cascadura. Geograficamente, eu perdera por pouco. Para compensar o amargo da derrota, me deu vontade de comer alguma coisa doce. A barraca que vendia maçã do amor já estava fechada. A única salvação era tentar o algodão-doce, lá para as bandas do trem-fantasma havia um cara com a sua carrocinha iluminada por um lampião de querosene. Levei um susto: na claridade amarelada do lampião, talvez eu tivesse me enganado. Mas quando o homem virou-se para entregar o algodão-doce - que cheirava a querosene - tive a certeza: era Luarlindo. Ele mesmo, Luarlindo Amadeu de Souza Ferreira, jamis esquceria esse nome. Se ele não tivesse de dar o troco, não me teria reconhecido e eu teria ido embora em paz. Mas custou a encontrar uma nota de cinco, perguntou se u não tinha dinheiro menor... e nesse momento me olhou: - Você! - Sim... eu... - respondi, enquanto dava a primeira mordida no algodão-doce, que, além do cheiro, também tinha gosto de querosene. Procurei ser amável: - Como é? Esse negócio rende? - Rende... e a gente fica livre de sacanas... Abaixei a cabeça. Admiti: - Fiz o que pude, Luarlindo, mas o pessoal não queria mais saber de você... e olha, nem foi por causa da vaca...
Curiosidade, em 1956 a vida de Wilson Simonal começou a mudar. Na praça Antero de Quental e dois terrenos vagos na rua gen Urquiza, um parque de diversões era montado ocasionalmente, atraindo adolescentes dos bairros vizinhos em busca de paquera e de lazer. Uma das atrações era o palco montado para quem quisesse soltar a voz. Simonal cantou “Day-O (The banana boat song)”, uma música tradicional caribenha que havia se transformado em sucesso mundial naquele ano graças à gravação de Harry Belafonte. No dia seguinte, voltou a subir no palco, repetindo a façanha outros dias. Cantou tanto e com tamanho convencimento de seu inglês decorado sílaba a sílaba que acabou ganhando o epíteto de “o Americano”.
Para lembrar, funcionou na rua Gen Urquiza n 223, entre 1940 a 1970, A ESCOLA AMERICANA.
O condomínio do edíficio Antero de Quental, foi concluido em novembro de 1969, são 117 apartamentos de 01 e 02 quartos, com 12 lojas internas e 8 para a rua gen Urquiza, tem 11 funcionários, sendo 01 porteiro-chefe, 06 porteiros e 04 faxineiros.